The Walking Dead: Carol, de oprimida à mulher maravilha

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Carol é uma das personagens com maior evolução ao longo das seis temporadas de The Walking Dead. Veja como ela saiu de mulher oprimida pelo marido até a “Rambo” salvadora do dia na série.

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[su_spoiler title=”Atenção!” open=”yes” style=”fancy” icon=”chevron-circle”]Cuidado! Contém Spoilers![/su_spoiler]

Na semana em que os produtores da série reforçaram que nenhum personagem está a salvo, ou seja, qualquer um a qualquer hora pode morrer em The Walking Dead, o hit de zumbis da AMC, exceto ela, resolvemos rever a trajetória da, agora “imortal”, Carol Peletier.

Como uma dona de casa se tornou a mulher maravilha em apenas seis temporadas?

Bem antes de Michonne chegar e arrebatar corações com seu jeito de poucas palavras e espada afiada, The Walking Dead parecia carente de personagens femininos fortes e marcantes:

Andréa, que era muito promissora, se revelou uma tonta ingênua e quase põe tudo a perder ao se apaixonar pelo, até então, pior vilão da série, o dissimulado Governador; Beth era uma garotinha toda certinha, metida a cantora, que, exceto por seus momentos finais, não passava de uma babá para Judith; Maggie basicamente vive para o Glenn e; nem queremos falar de Lori, a pior esposa e mãe do apocalipse-zumbi.

O fato é que em meio à ação principal, a luta por sobrevivência e a busca por armas, remédios e comida, Carol no começo esteva sempre no pano de fundo dos acontecimentos, aguardando o momento certo de marcar presença, literalmente explodir e conquistar uma legião de fãs, ao se tornar a pessoa mais sã do nosso grupo de sobreviventes.

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Quando a vemos nos episódios mais recentes da sexta temporada, em que sua atuação foi fundamental, concordamos que não se parece em nada com aquela Carol frágil, tímida e quase inexpressiva que vimos no começo da série. Oprimida por um marido violento a quem não conseguia revidar, basicamente dona de casa e mãe, a personagem era aquela em que menos apostaríamos nossas fichas na longevidade neste mundo pós-apocalíptico em que só os fortes sobrevivem.

Ao se juntar ao grupo de sobreviventes, na época liderado por Shane (o amigo traíra de Rick do começo da série), basicamente ficava resignada às mesmas tarefas que sempre estivera ocupada em sua vidinha pregressa: lavar, cozinhar e cuidar das crianças.

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Foi aos poucos que a personagem de Melissa McBride, veio crescendo a cada temporada, seja por acidente, impulsividade ou instinto de sobrevivência, os “superpoderes” de Carol frequentemente salvam o dia e ela conquista cada vez mais espaço entre os melhores personagens da série de zumbis da AMC.

Do nada, surge avassaladora e tal qual o Rambo, ela consegue ganhar batalhas, matar zumbis e, nos intervalos torturar crianças, nas cenas sempre sarcásticas e divertidas que contrastam com tanta tensão.

Quando, na segunda temporada, sua filha Sophie se perde do grupo, gerando vários episódios focados nas buscas, Carol sofreu e torcemos juntos para que a garota reaparecesse. Não deu certo, virou zumbi e acabou sendo morta. Como qualquer mãe de luto, Carol teve sua fase deprimida e de lamentação.

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Em seguida, ela tentou seguir em frente, voltando sua atenção para Daryl, o cara que fez o maior esforço na procura de sua filha. Muitos, naquele momento acreditavam e torciam [alguns ainda torcem] para que os dois pudessem ter algo mais. Esta curiosa relação entre Daryl e Carol se mantem até hoje, sendo um âncora do outro e, apesar de [ainda] não ter evoluído para algo mais, mostra a força da amizade e do bem-querer mesmo quando a sociedade e as relações humanas praticamente colapsaram.

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Enquanto as outras mulheres do grupo estão distraídas com outras coisas (Maggie voltou-se para Glenn; Andréa só queria saber de aprender a atirar com Shane), Carol não só aprende habilidades médicas, como ela também aprende a se proteger com armas simples (facas, bastões e tal). Mas sua ferramenta mais importante é seu cérebro, pois ela consegue se mostrar racional e firme, o que ajuda a consolidá-la como membro principal do grupo.

Na terceira temporada, após a queda da fazenda de Hershel, ela encontrou um novo propósito: aprender o possível sobre cuidados básicos de saúde e evoluiu para enfermeira do grupo e acaba tomando para si os preparativos para o parto iminente de Lori. Além disso, quando Hershel perde a perna, ela é quem cuida dos ferimentos.

Quando a prisão começa a correr risco, Carol assume papéis tão importantes quanto – à primeira vista – frios, já que ela é quem começa a ensinar as crianças a usar as armas para se defender dos zumbis. E, a grande virada acontece quando, após o surto de uma doença grave, ela não pensou duas vezes ao tomar a decisão de matar e incinerar os corpos de alguns companheiros para que não houvesse o risco de transmissão para o resto do grupo.

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Carol assume que está realmente disposta a fazer sacrifícios difíceis para o bem de todos, o que, se pararmos para pensar, nem é tão diferente do que ela sempre fez, já que ficou com aquele marido babaca como um sacrifício pessoal para que Sophie pudesse ter uma família, mesmo que fosse uma família de merda. Rick, então, a expulsa do grupo, quando deduz que ela se tornou uma ameaça para a segurança global, isso pouco antes do confronto final com o Governador.

A queda do presídio acontece e o grupo se separa de uma forma inesperada.

A expulsão do presídio afeta Carol. Ela sofre. Tira um ou dois dias para sofrer muito, mas enxuga as lágrimas e vai salvar o dia de novo. Reencontra Tyresse, que mesmo com todas as melhores intenções do mundo, está atrapalhado para cuidar de duas crianças e um bebê de colo.

O reencontro é conflitante para Carol, já que além de ser expelida do grupo, Tyresse era namorado de uma das pessoas que ela matou. Porém, focada, engole o constrangimento inicial, acha uma cabaninha na floresta, onde se estabelecem por um curto período de tempo, mas suficiente para Carol perceber que, uma das garotas –  Lizzie – é uma criança potencialmente perturbada e seu desejo de ser “amiga” dos zumbis, poderia trazer a morte a todos, incluindo o bebê de Rick. Mais uma vez, é Carol que é forçada a tomar a decisão mais extrema e difícil, ao decidir falar sobre flores com a garota e, ao apertar o gatilho – a mãe por excelência, conscientemente mata uma criança para o bem maior – e desperta o Chuck Norris que carrega em si.

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Na quinta temporada, a mais angustiante de todas até aqui, quando Rick – o mesmo que a afastou dos únicos amigos que ela tinha – precisou de ajuda, é ela quem invade o lar dos canibais de Terminus e salva o dia.

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Depois de tanto sofrer, finalmente encontram aquilo que parecia ser o paraíso: Alexandria, a comunidade livre de zumbis, forte, onde a vida seguiu intacta. Tá bom! Isso pode ter convencido Michonne, mas Carol nunca acreditou que aquele lugar fosse realmente o lar-doce-lar que era propagado. Engenhosamente, se infiltrou na comunidade, cozinhando, cuidando de crianças e, claro… roubando armas. Enquanto para todos, era uma tiazinha gente boa, mostrou sua face real para um garotinho que só queria cookies.

Carol com crianças é sempre um capítulo a parte.

E, para finalizar, recentemente, consegue em um mesmo episódio, preparar e assar uma torta, matar os invasores de Alexandria, confrontar a visão romântica da guerra que Morgan tem e retomar as armas e a cidade de volta, enquanto os fodões Rick, Glenn e Michonne estão fora. Aliás, neste episódio (06 X 02) em que ela reinou, Rick nem precisou aparecer.

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E não fez falta.

Talvez seja porque Carol foi retratada como uma vítima durante toda a primeira e segunda temporadas, todos os holofotes agora se viram para ela. Afinal, sabemos que quando a coisa fica realmente preta, Carol sempre será a grande salvadora dos momentos mais críticos.

Melissa McBride dá um show de interpretação, pois é a mesma que faz a doce cara de mãe, que chora e fala com os lábios trêmulos e voz entrecortada e a ninja que se cobre com sangue para enfrentar os inimigos e é só tiro, porrada e bomba quando precisa.

Que venham novas emoções!

A sexta temporada de The Walking Dead é exibida no Brasil pela FOX, aos domingos às 23h30, com reapresentações na segunda, às 22h30 (horário de Brasília).

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