Imagine um mundo em que a taxa de natalidade cai à zero. Ou seja, nenhuma mulher é capaz de engravidar e dar à luz. Assim é o ano de 2024 em que The Lottery, a nova série do canal americano Lifetime, é ambientada.
A trama inicia nos situando quanto aos acontecimentos que levaram a esta realidade alarmante. Em 2016, foi observada uma queda da taxa de natalidade em nível global. Radiação, doenças virais, contaminação por armas biológicas. Tudo pode ter contribuído, mas nenhuma causa específica foi realmente identificada.
Os nascimentos foram reduzindo ano após ano, até que em 2019, o mundo registrou apenas seis novos bebês. Todos, nos Estados Unidos, é claro. E estas foram as ultimas crianças.
Por conta da situação, estas crianças passaram a ser acompanhadas de perto pelo governo. Kyle (Michael Graziadei, de American Horror Stories) é o pai de uma delas. Viúvo, sem grana e com problemas recentes com álcool, faz de tudo para não perder a guarda do filho para o próprio governo. E, aparentemente, após ter sido um dos últimos homens do mundo capaz de engravidar uma mulher, ele faz alguns “bicos”, oferecendo, digamos, “o serviço” a mulheres desesperadas para realizar o sonho de ser mãe. Num desses encontros, acaba se atrasando para buscar o filho na escola. Para o desespero do rapaz, o deslize é suficiente para ter a guarda cassada.
Neste contexto, a série mostra que um futuro em que as mulheres não podem engravidar causa uma liberdade sexual sem precedentes.
Aquelas cujos relógios biológicos gritam pela maternidade, passam a escolher seus parceiros não pela beleza ou dons atléticos e, nem mesmo, pela carteira, mas apenas por maiores chances de engravidar. Assim, o faxineiro gordinho leva a melhor, uma vez que é calvo (o que denota maior taxa de testosterona) e tem origem somali (um dos povos mais férteis do mundo, antes do surto).
Ao redor do mundo, inúmeros laboratórios financiados pelos governos tentaram sem sucesso reverter essa infertilidade pandêmica.
No inicio, as mulheres que doavam seus óvulos e os homens que doavam seus espermatozoides eram recompensados em dinheiro, mas com a inabilidade de resolver o problema, o governo promoveu o tema a assunto de interesse nacional e, o material genético, em especial, óvulos, passou a ser coletado compulsivamente, gerando inúmeros protestos de cidadãos e uma animosidade contra o presidente americano.
Após anos de pesquisa, Dra. Alison Lennon (Marley Shelton, de Eleventh Hour) e sua equipe, notavelmente conseguem fertilizar 100 embriões. No entanto, nem dá tempo de comemorar o feito, pois quando o diretor da Comissão de Fertilidade, Darius Hayes (Martin Donovan, Homeland) descobre, logo demite a cientista e dá ao exercito americano o controle do laboratório, alertando ao presidente quanto ao avanço científico monumental.
Ao tomar conhecimento do “milagre” científico, a chefe de Estado, Vanessa Keller (Athena Karkanis, de Low Sun Winter) aconselha o presidente a capitalizar politicamente a oportunidade, sugerindo que seja feita uma loteria na qual 100 mulheres americanas teriam o direito de serem as mães de aluguel desses embriões, dando ao povo o item de maior necessidade no momento: filhos.
Mesmo demitida, a Dra. Alison dá um jeito de roubar um dos embriões e consegue descobrir que são os doadores e está disposta a qualquer coisa para conseguir levar a diante seu experimento e garantir que aquele embrião vingue.
The Lottery estreia bem, com uma história que prende o expectador e que promete agradar àqueles que gostam de uma boa conspiração.
A temporada tem apenas 10 episódios encomendados e, apesar de o piloto dar pistas previsíveis do que deve ocorrer na sequência com a cientista e o doador, tem algum potencial.
Trailer:
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