Orange is the new Black: terceira temporada longe de ser a melhor, ainda mostra que consegue prender

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Tão carregada de polêmicas, merchandising sociais, sem dúvida, esta não é a melhor temporada da série, mas Piper e companhia ainda provam que tem muita lenha para queimar.

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Depois de ser considerada uma revelação, Orange is the New Black, série original da Netflix que arrematou importantes prêmios e foi a primeira série em streaming a receber tal destaque, chegou à sua terceira temporada.

Depois de uma segunda temporada genial, com direito a super-vilã e final arrebatador, havia muita expectativa sobre o que a série traria no terceiro ano e, na verdade, apesar de uma receita recheada de polêmica, a trama teve poucos momentos que realmente superaram tal expectativa.

Sem a graça da primeira temporada e a tensão da segunda, a terceira temporada pegou carona em meia dúzia de polêmicas e assuntos de relevância para o universo prisional americano, tal como a privatização da administração carcerária e a avidez por lucros e cortes de gastos, a religiosidade em meio ao ambiente hostil da prisão, a depressão de quem não encontra seu lugar e seu eterno desejo de se encaixar.

Investindo na dinâmica “Lost” de ser, esta temporada da série da Netflix, investiu em flashbacks para contar um pouco da vida pregressa das presas ou dos funcionários da penitenciária e, neste ponto, sempre acerta.

Se na primeira temporada, Orange era focado em Piper (Taylor Schilling), uma mulher branca e de classe média que vai parar nesta prisão federal e tem que sobreviver a um mundo, até então, insólito para ela, cheia de gente exótica, engraçada ou perigosa ou, simplesmente, diferente. Nesta terceira temporada, já vemos uma Piper completamente ambientada, mais segura de si, inclusive de sua condição cada vez mais distante da bissexualidade e mais claramente lésbica, que aprendeu a viver em um ambiente hostil e, que agora, tem o respeito das presas, quase que virando do avesso sua personalidade inicial. Piper agora não é só a desengonçada patricinha, mas uma das líderes do universo tão restrito e peculiar do sistema carcerário americano com todos os seus clichês étnicos, religiosos e sexuais.

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Mesmo assim, a terceira temporada é bastante democrática e coloca Piper em posição quase de coadjuvante. Tanto é assim que os melhores momentos deste ano da série são as histórias pregressas de Big Boo (Lea DeLaria), Chang (Lori Tan Chinn) e Norma (Annie Golden).

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A temporada também abordou religião, mostrando a avidez para preencher o vazio que a vida reclusa pode causar em algumas e fez graça quando Norma, eleva ao status de santa, tem supostamente seu rosto impresso em uma torrada. E seguiu discutindo o islã, o modo de vida amish, a santeria cubana e a divertida tentativa (que acabou sendo emocionante) de algumas presas tentarem se converter ao judaísmo apenas (inicialmente) para terem acesso a uma comida especial, muito melhor do que a gororoba oferecida pela nova empresa que administra a prisão.

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Outro ponto interessante da narrativa da temporada, foi olhar para a maternidade dentro deste universo. Vimos o desenrolar complicado e lento da gravidez de Dayanara (Dascha Polanco), que acabou sendo abandonada pelo agente penitenciário Bennett (Matt McGorry), que parecia um dos únicos personagens masculinos de bom caráter, mas que se assustou com a realidade que a vida paterna lhe reservaria e deu no pé.

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Ainda mais importante do que isso, a discussão sobre o que fazer com uma criança que vai nascer, mas que será arrancada de seus braços, uma vez que não poderá viver na prisão. Entregar para a adoção e perder uma parte sua, seria uma opção?

Vemos ainda Sophia (Laverne Cox) e Gloria (Selenia Leyva) batendo de frente, na tentativa de educar seus filhos mesmo de dentro da prisão e o sofrimento de não estar do lado deles exatamente no momento de maior rebeldia da adolescência, onde sem a orientação estariam caminhando para os mesmos erros das mães.

Dentro dessa discussão, Orange ainda provoca questionando se Sophie tem os mesmos sentimentos maternos que as outras mulheres, que pariram seus filhos, considerando que ela é transexual.

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Orange também falou sobre amor, aproximando o conselheiro Healy (Michael Harney) de Red (Kate Mulgrew), que estranhamento funcionou muito bem. Até a transtornada Suzanne Crazy-Eyes (Uzo Aduba) arrumou uma admiradora e, plantou a semente para que as solitárias Soso (Kimiko Glenn) e Poussey (Samira Wiley) possam se conectar, após muito sofrimento.

Nesta trama, a série ainda focou nos frustrados casamentos forjados para obtenção de Green Card e da estigmatização da depressão como doença psicótica.

Sempre cheia de polêmicas, tratou de violência sexual com a maluquinha da Doggett (Taryn Manning) e o novo agente penitenciário que se mostrou mais um pervertido e nos apresentou em flashbacks, o quanto ela já havia sido abusada, criando empatia para uma antes alucinada fanática religiosa maluca.

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Tão carregada de polêmicas, merchandising sociais, sem dúvida, esta não é a melhor temporada da série. Em alguns momentos, ela ficou até chata, maçante, mas sem medo de arriscar, vale ver esta temporada, especialmente por seus momentos finais.

É quando finalmente, as presas, em uma cena longa e bastante delicada conseguem sentir um gostinho da liberdade, algo tão distante e tão desejada quanto assuntadora para as garotas de laranja.

Que venha a quarta temporada.

Confira o trailer da terceira temporada:

[su_youtube_advanced url=”https://youtu.be/6Oe_ghEueYI”]

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