Jane the Virgin – Primeiras impressões dessa divertida série com cara de novela.

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Jane fez bonito, mesmo contra os campeões de audiência The Voice e Dancing with Stars, conseguiu seu espaço com o público e já superou seu primeiro desafio: conseguiu do CW a autorização para a produção de uma temporada completa (com mais de 20 episódios).

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O canal CW não investe apenas em heróis de quadrinhos e criaturas sobrenaturais. Dessa vez, ele se arrisca nas praias da comédia com sua nova produção Jane the Virgin.

Longe da charmosa Nova Orleans de sua tensa The Originals ou de uma cidadezinha de interior de seu grande êxito The Vampire Diaries, o canal CW escolheu a ensolarada South Beach em Miami para contar uma história que poderia ser tensa e dramática, sem a leveza com a qual decidiram conduzir.

Não é só pelo fato de se passar no seio de uma família latina, mas Jane the Virgin, realmente tem origens hispânicas. Baseada na telenovela venezuelana Juana la Virgen, exibida no Brasil nos idos dos anos 2000 pela TV Record.

Neste remake sai o drama e entra uma comédia leve e, claro, romance e muitas relações entre os personagens dignas das novelas latinas. Aliás, Jane the Virgin é uma homenagem (ou uma sátira) dos dramalhões dos nossos hermanos.

Jaime Camil interpreta um ator de telenovelas

Quando não está trabalhando como garçonete no suntuoso South Beach Hotel, Jane (Gina Rodriguez), que sonha em ser escritora, está estudando ou vendo telenovelas latinas dramáticas e bem caricatas junto com sua mãe e avó. Uma delas, The Passion of Santos, mostra o famoso ator mexicano de telenovelas Jaime Camil (conhecido no Brasil por  A feia mais Bela ou Por ela, sou Eva, ambas exibidas no SBT, claro) como o galante presidente de um caribênio país fictício chamado Ecuaduras del Norte.

A história é criativa. Começamos por conhecer a pequena Jane, ainda com 12 anos, recebendo uma aula de sua abuela sobre como a virgindade é importante. Escolhendo uma flor como exemplo, ela pede que a criança a esmague e depois tente consertar. Vendo que não consegue, a matriarca a faz concluir: “essa flor é como a virgindade, uma vez perdida, não se pode voltar atrás”. Pesado? Não! É que a vovó já viu sua filha, mãe de Jane, engravidar na adolescência e, ter que deixar todos os sonhos, pela responsabilidade e acredita que é seu dever, impedir que a história se repita.

Jane, que se tornou uma moça bonita, estudiosa, mesmo crescendo em um lar, no qual nunca conheceu seu pai e sendo a única filha de uma mama latina caliente e aspirante a cantora, Xiomara Villanueva (Andrea Navedo), tem um relacionamento perfeito com Michael (Brett Dier), um cara sério e apaixonado, pronto para dar o próximo passo no relacionamento. Michael trabalha como detetive e é, acima de tudo, um sujeito paciente, já que ele está há 2 anos namorando Jane, sem que nada mais quente role entre os dois, que têm um projeto de que ela estude, se forme para que só depois se casem e aí, sim, tenham a esperada noite de núpcias. Ele bem que tenta, mas a garota leva esse lance de virgindade a sério e Michael é apaixonado.

Em uma dessas coisas que só acontecem em telenovelas, Jane estuda até mais tarde e quase se atrasa para uma consulta de rotina com sua ginecologista, que, na noite anterior havia pego sua amante (sim, ela é lésbica) traindo-a em sua própria cama. Desolada, distraída e abstêmia (a série revela algumas vezes que ela teria no passado tido um problema com álcool), a médica troca a ficha de duas pacientes e, acaba inseminando Jane, por acidente.

Nessas reviravoltas da vida (na TV, claro), a outra paciente era a sua interesseira cunhada Petra (Yael Grobglas), mulher de seu irmão Rafael (Justin Baldoni), que decidiu ser inseminada do marido como forma de prendê-lo em um casamento por mais um ano, para que possa “sacar” o acordo pré-nupcial estimado em 10 milhões de dólares.

Rafael, o milionário herdeiro de uma rede de hotéis, havia congelado seu esperma para que um dia pudesse ter filhos, já que um câncer superado, deixou como sequela a infertilidade.

Ou seja, Jane estava grávida de Rafael.

As melhores cenas do piloto são no momento em que Jane desmaia e é levada ao hospital pela mãe e é surpreendida com a notícia de que está grávida e ela solta um “No Way“. Sem chance mesmo, já que é virgem. Não fosse, a bendita inseminação.

Os desdobramentos daí são interessantes, já que Jane agora está grávida do patrão, sem que nunca tenham transado. Ela carrega um bebê que representa a única chance de ele ser pai de um filho biológico, pois é agora está estéril.

E se não bastasse, Jane tem que convencer seu noivo Michael, que a esperou por 2 anos na secura, que agora está grávida de outro.

America Ferrera interpretando Ugly Betty

É bem difícil não querer comparar Jane the Virgin com outra comédia situada no universo latino e igualmente inspirada em uma telenovela, Ugly Betty da ABC, encerrada há alguns anos. Mas é só no contexto, uma vez que, apesar de ser bonitinha, Jane não tem metade da graça sarcástica da série da feia. Além disso, Gina Rodriguez (Jane) não tem nem de longe o mesmo carisma de America Ferrera, a eterna Betty.

Apesar disso, a série entrete, ou seja, é bacaninha, mas não se pode chamar de arrebatadora.

Jane fez bonito, mesmo contra os campeões de audiência The Voice e Dancing with Stars, conseguiu seu espaço com o público e já superou seu primeiro desafio: conseguiu do CW a autorização para a produção de uma temporada completa (com mais de 20 episódios).

Confira o trailer:

 

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