A morte não existe. Ou pelo menos, ela pode ser burlada.
Com essa prerrogativa, foi dada a largada ao novo e instigante suspense paranormal da BBC América. Do roteirista Glen Morgan, de Arquivo X e com direção de Eduardo Sanchez, de A Bruxa de Blair, a série tem tudo que o gênero precisa: mistério, tensão, terror, enredo fascinante, ganchos envolventes e criancinhas assustadoras, ou seja, é viciante e eficiente.
Outra marca interessantíssima do thriller é o investimento na mitologia. Esta série tem uma toda particular e aparentemente muito bem arquitetada: ainda que sejamos apresentados calma e cuidadosamente aos contextos.
Ainda não se sabe como os corpos hospedeiros são escolhidos, mas aparentemente a “alma” ou a consciência do candidato à eternidade é implantada em alguém e fica latente por muitos anos, quando começa a se manifestar. Há pessoas, por exemplo, que de repente começam a ter memórias de situações nunca vividas ou se pegam falando idiomas que jamais aprenderam, tudo isso parece ser a manifestação da vida anterior desta consciência parasita que quer se libertar e sobrepor a atual.
Aparentemente, algumas pessoas não deveriam poder utilizar deste recurso e por isso, Intruders tem um assassino, Richard Shepherd (James Frain) que é na verdade um caçador desses intrusos e que busca eliminá-los e a todos que tomaram conhecimento do processo, ainda que para isso, precise matar todo mundo que cruze seu caminho. Por enquanto não está claro se Richard é bandido ou mocinho. Afinal, quem são os intrusos? E por que Shepherd os mata?
Intruders é baseada no livro de mesmo nome do escritor britânico Michael Marshall Smith e começa com o ex-policial de Los Angeles Jack Whelan (John Simm) e sua adorável esposa, Amy (Mira Sorvino), que passa a manifestar estranhos sinais. Primeiro ele a vê dançando, algo que ela sempre teve ojeriza e depois, ela acorda falando em russo. De uma hora para outra, ela avisa que viajará a trabalho, mas simplesmente desaparece, deixando algumas pontas soltas, que faz Jack entrar em uma desenfreada corrida para encontra-la e desvendar o mistério que a envolve e, rapidamente se dá conta que existe toda uma rede conectada para encobrir esta sua nova personalidade.
Em outro ponto da trama, conhecemos Madison (a fenomenal atriz mirim Millie Brown), que também manifesta estranhos comportamentos de um homem (Marcus), aparentemente criminoso e que, de cara, parece não ter gostado nada de ter acordado em um corpo de uma menina de nove anos. Ela (ou ele) tenta fugir de casa em busca de um lugar em Seattle, para onde aparentemente, todos os intrusos parecem estar se dirigindo, mas pela sua idade aparente, não consegue vencer as burocracias de viajar sozinha, além de estar sendo perseguida pelo matador da série.