Sempre achei que a série The 100, da CW tinha em mãos um dos melhores argumentos de sci-fi da última temporada de estreias, mas também nunca estive 100% satisfeito com a forma que a trama era desenvolvida.
Parecia haver muito potencial, mas pouco explorado, muito possivelmente porque o público principal da emissora são os teens. Aí, sempre parecia faltar alguma coisa, mas, a julgar pelo primeiro episódio da segunda temporada, isso pode estar mudando.
Para entender o contexto:
The 100 é baseada em um dos livros de uma série de Kass Morgan e narra uma realidade pós-apocalíptica em que a Terra foi dizimada por uma hecatombe nuclear de proporções globais. Os poucos humanos que se salvaram, foram levados a estações espaciais que orbitam o planeta, equipadas com recursos que permitiriam a continuidade da raça humana, enquanto esperavam a despoluição da Terra.
97 anos depois, os recursos das chamadas “arcas” começam a colapsar e o governo precisa decidir o que fazer para salvar as pessoas. Chegou-se a considerar simplesmente desligar o suprimento de ar de algumas sessões menos nobres da estação e eliminar algumas pessoas, permitindo sobrar mais recursos.
Há uma tensa guerra de poder que coloca de um lado chanceller atual, o justo Thelonious Jaha (Isaiah Washington) e de outro Marcus Kane (Henry Ian Cusick – o eterno Desmond de Lost), um membro do conselho, de caráter dúbio que, aparentemente, ambiciona tal cargo. Em outro contraponto, a doutora Abigail Griffin (Paige Turco), mãe da protagonista Clarke (Eliza Taylor). Sua filha nunca a perdoou por não ter feito nada quando o seu pai foi condenado à morte por traição apenas por ter tentado revelar à população que a estação espacial estava em risco e que todos poderiam morrer, o que na opinião dos conselheiros geraria pânico.
Os 100:
Uma opção para evitar a morte de muitos, seria voltar à Terra, mas ninguém sabia dizer se o planeta já estaria habitável ou ainda, se a radiação poderia ter se mantido letal, mesmo ao longo de quase um século.
Decidiu-se enviar 100 pessoas de volta ao planeta, todos jovens, considerados criminosos ou desajustados. Assim, se o ambiente permanecesse nocivo, eles não seriam grande perda.
A chegada na Terra:
Com essa premissa, inicia-se a série. Os 100 jovens pousam na Terra e encontram o planeta em condições habitáveis, mas nem tudo permaneceu como era no passado. Alguns sinais de contaminação era verificados, através de animais deformados, mas havia água, ar e comida. Logo, eles poderiam se estabelecer.
Cada jovem levava consigo uma pulseira que emitia sinais vitais para a estação espacial, como forma de monitorar a sobrevivência dos garotos. Devido a disputas de poder, algumas divisões surgiram entre o grupo e, Bellamy (Bob Morley) rapidamente convenceu aos jovens que eles deveriam seguir suas vidas, sem se preocupar com os que ficaram para trás na estação espacial, uma vez que eles os dispensaram para uma morte possível, já que ninguém sabia que a Terra já estaria apresentando condições para a vida. Uma a uma, as pulseiras foram quebradas, como um gesto de libertação e a estação espacial teve a leitura incorreta de que todos morreram.
O (óbvio) romance teen e suas complicações:
Do outro lado, estão os mocinhos Clarke (Eliza Taylor) e Finn (Thomas McDonell), que rapidamente descobrem o amor (ou não seria uma série da CW), ameaçado por uma namorada que Finn teria deixado na estação e jamais acreditaria que iria rever.
Neste ínterim, a doutora Abigail Griffin (Paige Turco), mãe de Clarke, que discordava das decisões segregadoras tomadas na estação, decidiu, com a ajuda da especialista em mecânica, Raven (Lindsey Morgan), a tal namorada de Finn, dar um jeito de descer à Terra e localizar a filha. Algo dá errado e apenas a garota volta, para enfim, criar aquele climão ente o casal protagonista.
A Terra estava habitável novamente, mas eles não estavam sozinhos:
Rapidamente, eles perceberam que não só não estavam sozinhos, como não eram bem-vindos. Uma sociedade humana teria resistido aos nocivos perigos da radiação, os chamados “Terra-Firme” e uma guerra estaria por vir.
Mas nem todos são inimigos. Um dos Terra-Firmes acaba se envolvendo com Octávia (Marie Avgeropoulos), irmã de Bellamy, sendo considerado um traidor de seu povo, ao passo que sofre com a desconfiança dos garotos do espaço.
A inevitável guerra:
O grande momento da primeira temporada ocorre com a guerra sangrenta na Terra entre os jovens sobreviventes e os Terra-Firmes, que agora se sabe não querem papo. Neste mesmo momento, a estação espacial, acaba fazendo um pouso forçado na Terra, como última tentativa de sobrevivência.
Muitos morrem e o grupo de jovens acaba se separando em diferentes núcleos. Clarke é sequestrada misteriosamente.
Quando a série retorna, vemos Clarke, trancada em quarto branco com símbolos de quarentena, obcecada por sair dali e tentar salvar seus amigos.
Ela, então, se comporta como uma verdadeira guerreira, faz uma refém e acaba descobrindo que todos os seus amigos estão aparentemente a salvo. Desorientada, ela é dominada pelos anfitriões e mais tarde, acaba sabendo que está há muitos quilômetros abaixo da terra, em uma espécie de bunker, onde outro grupo de seres humanos deu um jeito de sobreviver ao apocalipse nuclear.
Mount Weather:
O bunker fica em um local chamado Mount Weather, antiga base militar, onde o grupo realmente já esperava encontrar recursos armazenados. Tudo parece perfeito, uma sociedade organizada, horta hidropônica, fonte de água potável subterrânea e até bolo de chocolate, mas isso não é suficiente para Clarke acreditar que está segura e, claramente, está disposta a tudo para sair daquele lugar, onde 48 dos primeiros 100 jovens sobreviventes estariam abrigados.
Clarke precisava voltar à superfície e ter certeza de que os demais não estavam em perigo, principalmente seu amado Finn.
O primeiro episódio tem muita ação, situações ocorrendo em diferentes núcleos da trama, trazendo uma maturidade, que permitiu ver a série com outros olhos e ter boas expectativas para este retorno.
The 100 reestreou nesta quarta, 22/10, atingindo 0,7 pontos de audiência, o que não é ruim para a CW, equivalendo a cerca de 2 milhões de expectadores na faixa de 18 a 49 anos, a mais importante do mercado publicitário americano.
Confira o trailer:
https://www.youtube.com/watch?v=RHiclxhLT6s