O Netflix anunciou aos fãs brasileiros a adição de uma das séries mais fascinantes do universo sobrenatural – Penny Dreadful.
Produzida pela americana Showtime e no Brasil exibida pela HBO, a série é um compêndio de contos de horror célebres, que eram vendidos na Europa pelo preço de 1 centavo, por isso o título. Foi criada por John Logan e produzida por Logan e Sam Mendes e é certamente, uma pedida para quem gosta de uma boa história de suspense, horror e poesia.
Vampiros, cartomantes, possessões demoníacas, caçadores de monstros, doutor Frankestein (e sua criatura), Jack – o estripador, divindades macabras da mitologia egípcia e o narcisista Dorian Gray. Todos estes célebres personagens costuram uma história consistente, com um texto incrível, efeitos convincentes e que é deliciosamente ambientada na enevoada capital inglesa.
Apenas lendo o parágrafo anterior, talvez você tenha a impressão de que se trata do samba do criolo doido. Mas com a sutileza e engenhosidade de um roteiro inteligente, o canal Showtime nos brinda com uma trama envolvente e que consegue utilizar personagens clássicos, aprofundando-se em seu cotidiano e expandindo a mitologia dos estereótipos que conhecemos sobre eles, conectando-os de maneira perfeita as mais diferentes histórias.
Vale lembrar que muitas outras produções se valeram do mesmo expediente. Como não citar o filme A Liga Extraordinária (de Stephen Norrington, 2003) ou a interessante série canadense Sanctuary (de Damian Kindler), mas o grande trunfo de Penny Dreadful são os poderosos flashbacks que nos apresentam os segredos dos personagens da série, sua “humanidade”, suas vidas pregressas e nos fazem criar certos laços de empatia, de raiva ou de expectativa para os passos que virão.
Para facilitar, poderíamos definir Penny Dreadful como uma espécie de Once Upon a Time (série hit da ABC, famosa por criar relações improváveis entre personagens de contos infantis e literatura), só que aqui com temática adulta voltada para os contos de terror.
O argumento principal da série apresenta Mina (Olivia Llewellyn), uma jovem sequestrada por uma criatura sobrenatural. Mina é filha de um explorador milionário, Sir Malcolm Murray (interpretado brilhantemente por ninguém menos que Timothy Dalton), obcecado em encontra-la e resgatá-la do domínio dessa criatura maligna.
Malcom é ajudado pela cartomante sensitiva Vanessa Ives (talvez o melhor papel de Eva Green), uma mulher misteriosa e de caráter dúbio, de quem Mina foi melhor amiga.
Vanessa é sem dúvida, um personagem complexo, que paira tenuemente entre a heroína e a vilã e que por si só já faria a série valer a pena. Mas Penny Dreadful é um caldeirão e esta mistura se torna mais consistente a partir da formação de uma espécie de sociedade secreta, composta pelo jovem e atormentado médico Dr. Frankestein (Harry Treadaway), o pistoleiro e artista circense Ethan Chandler (Josh Hartnett) – figura que parece muito mais controversa do que ele mesmo revela – e Sembene (Danny Sapani), o enigmático criado de Malcom.
Além destes, Dorian Gray (Reeve Carney) é um dos destaques dessa série, apresentado como um homem charmoso e confiante, completamente desprovido de pudores, com o qual Vanessa (e até o másculo Ethan!) se deixa envolver.
A série consegue assustar, tem ganchos impressionantes e situações inusitadas, mas é a fotografia, a reconstituição impecável de época, o figurino e o acentuado sotaque britânico – as atuações do elenco são realmente intensas – que dão a leveza e quase poesia, ao tema denso abordado.
Sem entregar spoilers, digo apenas para que veja o quanto antes esta série e depois comente aqui o que achou. Especialmente o 5º episódio, todo baseado nas origens de Mina, Malcom e Vanessa e nas aventuras e tragédias que os posicionaram neste jogo de vingança e aventura.
Saiba mais sobre a segunda temporada.
Trailer:
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Quem é Jack na série? Não descobri ainda.
>SPOILER
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Na verdade, o autor dos assassinatos que atribuem a “Jack, o estripador”, são feitos por Ethan, após se transformar em lobisomem.
Essa série <3 Ives <3